O Marcelo Camelo é conhecido por sua estranheza, e é o seu irmão Thiago quem o atesta: "alcançar o universo dele é difícil." A verdade é que, de uma maneira ou de outra, somos todos peculiares. Uns mais que os outros, eu compreendo. Assim, por exemplo, já nos debruçamos os três, eu, a batukada e o angelus, sobre a questão: quem seria o mais estranho de um outro trio: o angelus, o honoré de balzac ou o saavedra? Eu apostava que seria o balzac. A batukada teria sugerido o angelus. O angelus, por sua vez, achava-me a mim o mais estranho de todos. Seremos então estranhos para diferentes pessoas por diferentes razões - e de estranho esta conclusão não tem nada, convenhamos.
A estranheza do Marcelo Camelo estaria em seu isolamento. Pois é, há pessoas que são necessariamente sós. Ou, para parafrasear o que escreve o irmão do Marcelo Camelo, há pessoas que circulam em universos impenetráveis. E não é porque queiram, não confiem, desconfiem, nada! É porque simplesmente falta-lhes desenvoltura para serem mais mundanas.
Para o Thiago Camelo, foi Sou, o primeiro disco solo do irmão, que o ajudou a atravessar o muro que os seperava. O certo é que o Marcelo Camelo apresenta-se amanhã, na noite da quinta para a sexta-feira, no Teatro Tivoli, em Lisboa. Para quem se interessa por outros mundos possíveis, e mora em Lisboa, eis um espetáculo imperdível.
12.03.2008
Camelo
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