8.24.2009

Máquinas Digitais

Uma das vantagens de usar máquinas fotográficas digitais, por oposição às máquinas tradicionais, reside no facto de, com essas, ser muito mais fácil tirar fotografias inesperadas. Quando vamos no metro, por exemplo, e queremos fotografar alguém, é muito mais fácil passarmos despercebidos se usarmos uma máquina digital. Em primeiro lugar, por causa do tamanho. As máquinas digitais comuns cabem perfeitamente no bolso. Em segundo lugar, por causa do ruído. As máquinas digitais praticamente não fazem ruído. Outra das vantagens das máquinas digitais reside no facto de, com elas, ser possível regular a sensibilidade ISO de fotografia para fotografia, o que se revela muito prático por exemplo para fotografar nessa situação do metro, onde é preciso ter uma sensibilidade alta (de 800 ou 1600, pelo menos).

No entanto, aqui põe-se um problema. O tipo de máquina digital de que estou a falar é o mais convencional, correspondendo a produtos como os da linha Nikon Coolpix e Sony Mavica. Ora, este tipo de máquina normalmente não é capaz de produzir imagens de grande qualidade. Quando digo qualidade, refiro-me, entre outras coisas, à resolução final da exposição (em termos de píxeis) e à estrutura do grão. Além disso, este tipo de máquina nunca permite seleccionar uma sensibilidade muito alta, ficando-se normalmente pelo índice 400 ou 800.

Uma máquina digital de grande qualidade, como a Nikon D1x, não obstante reunir duas das principais vantagens associadas às máquinas digitais na produção deste tipo de fotografia, a ausência de ruído e possibilidade de regulação do ISO, tem um grande senão: é pesada até dizer chega. Trata-se, com efeito, de um modelo de dimensões generosas, com o qual dificilmente podemos passar despercebidos.

Posto isto, é preciso ir à procura de uma máquina que alie as vantagens normalmente associadas às máquinas digitais comuns a uma qualidade mais satisfatória. É claro que, neste âmbito, não vamos encontrar nenhuma máquina suficientemente compacta. Os modelos compactos nunca oferecem uma sensibilidade ISO superior a 800. A solução para o problema passa, assim, pela apreciação do leque de supermáquinas digitais lançadas no início do ano. Trata-se da Canon EOS-D60, da Fuji FinePix S2 Pro e da Nikon D100. Andam todas à volta dos dois mil dólares (é claro que em Portugal custam muito mais), o que até nem é muito caro, tendo em conta que são muito superiores a alguns modelos mais antigos que chegavam a custar dez vezes mais.

Passando, então, à comparação entre elas, há que dizer que, em termos de qualidade de imagem absoluta, a vencedora é a Canon EOS-D60. No entanto, tem como desvantagem ser a mais pesada do grupo, com oitocentos e cinquenta gramas. Em termos de versatilidade, quem ganha é a Nikon D100, por possibilitar ao utilizador uma sensibilidade ISO muito variável (até 6400!) e por ser a mais leve, com setecentos gramas. Quanto à Fuji FinePix S2 Pro, nem é a mais leve, nem é a mais barata, nem é que tem melhor qualidade de imagem, pelo que fica definitivamente relegada para terceiro lugar.

20 de Setembro de 2002

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