11.07.2007

Brasileiras e Macedônias

Ouvir!Há uma nova brasileira em Santo André. Ontem apresentou-ma a Marija, uma mulher da Macedônia que fala português com sotaque lisboeta. Outro dia a Macedônia encontrou-me meio afobado em direção aos correios e perguntou-me se eu já conhecia a brasileira. Não, não conheço. Quem? Ora, está fazendo o seu doutoramento aqui. Então a ver. É preciso conhecer todas as brasileiras do mundo. Mas ontem é que fui conhecer a brasileira, cujo nome - a despeito de ela ter-me dito pelo menos umas duas vezes, esqueci.

É das Minas Gerais a brasileira, e fala com um sotaque mineiro muito bão. Mas fala baixinho, quase não se ouve o que diz. Anda meio atrapalhada com o inglês - foi a primeira queixa que fez. Mas se não somos todos os brasileiros? Não sei mais nada, sei muito pouco. É casada e vai receber o marido em dezembro. Foi rápida em mencionar o marido e olhar para a foto dele já colada na escrivaninha.

Tenho muita simpatia por essas brasileiras no exterior, perdidas assim e mal falando inglês. É preciso que mostrem logo recato e a fotografia de um marido na escrivaninha porque as Macedônias não as perdoam.

A primeira vez que conversei com a Marija foi um desastre. Tomávamos vinho português e lá ela começou a falar mal dos portugueses e de Portugal. Como sofria a Marija! Sofria, sofria! Para piorar, era freqüentemente tomada por espanhola ou brasileira. As espanholas em Portugal - eu sabia - eram consideradas umas vagabundas. As brasileiras, prostitutas. Fiquei tentado a perguntar o que acham os portugueses das macedônias, mas resignei-me e tomei mais um gole de vinho.

Eu acredito que na Macedônia as pessoas gostam de falar e gostam de fazer generalizações. Tenho muita curiosidade de passar uns dias no País natal do Alexandre, por quem nutro profunda admiração. Mas agora estou mais preocupado em saber como faço para convidar a brasileira para tomar um café.

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