4.23.2008

iPod

Eu, em geral, não gosto do ambiente das academias de ginástica. Não é tanto pela música, reparem. Nem mesmo pelos adolescentes apavoneados ou pelas agitadas menininhas que vão às unhas por aquela esteira. As músicas são detestáveis, os frequentadores, irritantes, e as academias de ginástica merecem uma matéria à parte. Sim, porque hoje estou mais inclinado para falar dos iPods.

Ora, a minha experiência com esse brinquedinho de luxo que virou necessidade básica de frequentadores de academias de ginástica não é das melhores. Entretanto, não estou sozinho - o que me serve ao menos de consolo. O meu iPod não durou nem um ano. Morreu e foi substituído por um novo, por conta da garantia. Esse morreu também em menos de um ano - mas, alas, a garantia já não cobria o iPod substituto. E, pronto. Eu, como milhares de consumidores all over the world, fiquei bastante frustrado.

Frustrado, sim, porque sou grande fã dos produtos da Apple. Já uso computadores da Apple há bastante tempo e quase nunca me queixava. Exceto pela mesma razão de que agora me queixo do iPod. A Apple faz produtos descartáveis. Isso assim, meus amigos, não dá. Quer dizer, tive dois laptops da Apple. Os dois - ambos - apresentaram falhas graves em menos de dois anos. Isso assim, meus amigos, é terrível. Afinal, os produtos da Apple são caros, caríssimos. Deveriam durar mais.

Agora já não estou bem certo. Depois que o Jobs resolveu aderia aos processadores Intel, o Mac OS X tem se comportado de maneira bem escrota. Ora, até já congela e tudo! Eu não sei, não sei... Estou quase pronto para aderir de vez ao Linux. O futuro, meus amigos, eu vi. O futuro é o Linux, digo-vos já.

Entretanto, voltemos ao iPod. Hoje cruzei a caminho de casa com uma senhora muito senhoril; uma senhora com acento circunflexo no "o". Agarradinho lá na lapela do casaco de gabardina da senhôra, estava um iPod shuffle azul-bebê, à mostra. Mas então o que é isso agora, esse prazer de mostrar um iPod azul bebê grampeado num casaco de gabardina? Eu francamente não entendo. Pouco depois, passada a minha estupefação, fiquei a imaginar o que escutava a senhôra.

O que não sabem os pavões da academia e os casacos de gabardina é que há alternativas muito melhores ao iPod, sobretudo à essa versão minúscula, o shuffle. Outro dia recebi o meu Sansa Clip e estou muito contente com o brinquedo. É minúsculo, bonito, robusto, potente; tem funções que o Shuffle sequer considera; promete o que faz, é durável (de acordo com opiniões que encontrei na internet); sobretudo - e isso é importante -, é bem mais barato que a mais barata das versões do iPod.

Chega um dia que é preciso tirar os fones de ouvido e escutar algo mais sensato.

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