A minha querida amiga batukada vai-se casar. Acho muito bem que as uniões oficializem-se; para isso é que existem os cartórios. Juntam-se assim duas pessoas e o juiz dirá amém. Eu me pergunto se no cartório as pessoas fazem voto para a eternidade (para a eternidade não - diria o Larry David, somente até a morte). Fazem? Prometem lá aquilo tudo que prometem na igreja? E se não prometem, têm a intenção de cumprir?
Eu por mim não me incomodava nada se os Los Hermanos ficassem juntos para sempre. Eram tão legais, completavam-se letra e música! E o nome: Los Hermanos! Como é que foram cada um para uma gravadora diferente?
Pois é; as pessoas desentendem-se. Assim foi com o Morrissey e o Marr! Quando se separaram, ninguém quis acreditar. Alguns até se suicidaram de verdade. O Lennon fugiu com a Yoko. Cazuza partiu sem o Barão. Quer-se fazer crer que tudo foi assim na maior tranqüilidade, sem mágoas. A verdade sabemos nós os fãs: não foi. Basta ouvir o primeiro rebento da carreira solo destes divorciados. O Viva Hate é um dos discos mais tristes de que tenho notícia. Em Exagerado, Cazuza declara e implora: Nunca viram ninguém triste? Por que não me deixam em paz?
Assim vem o Marcelo Camelo, com o seu novo álbum, significativamente intitulado Sou. É. Assim: só. Foram-se os irmãos e vai o Camelo, em doce solidão.
Mas ninguém é só, ainda que se queira. Basta virar a capa do disco e ver a matemática.
10.27.2008
Sou
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1 comentário:
Preciso falar contigo, meu Mi. acabei de mandar e-mail, por favor vê.
Tânia.
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