10.26.2009

Some More on Silence

Também na adolescência eu gostava de ler alguns autores muito misantrópicos. As linhas que se seguem são de um italiano chamado Roberto Mamarella:

Silence is my PERFECT Partner
I Feel IT, in my daily Actions
I Remove all the Past ILLUSIONS
that GRIP away from my mouth

My Carnal Shape is COMPLETE and Strong
and this is the PURE Human form
the Sounds of Words and Thoughts
are NOTHING but the Uncertainty
of ALL that is supposed to be Known

The LIMBO is the Dry Season I BEG for
it Bleeds out my dreamy Soul, ALONE and lifeless
Sands cover the last CARESS of Life
no PAIN is concerned to help the REBORN through my shroud

Hanging in the BALANCE of a perfect Mind
and in the Truth of a NON-SENSE RELIGION
once I fed my HEAD now I BETRAY my Body
it's all I have, the LIES carry an entire Existence

The SEPARATION from every New Day
engulfs the Misery of me that still Kills
my SPIRITUAL MOVEMENTS
and the SUPREME desire to be one with the Infinity
have Swallowed not only my PRIDE to live
but the Indifference will rule in my World
THE BLIND MASS CAN'T GET ME

Quando tinha dezasseis anos, eu gostava tanto disto que até cheguei a fazer algumas traduções. É claro que agora já não têm a mesma graça.

1 comentário:

Joana Serrado disse...

quando tinhas dezasseis eu tinha dezasseis, e tu, na tua misantropia-misoginia, tentavas-me evangelizar para a musica gótica.Gravavas-me cassetes, falavas-me de grupos, chegaste até a convidar-me [ calma, eu não estou a convidar-te, estou a informar-te] para os Craddle of Filth. Sei que não me vias como uma rapariga ( talvez, por isso, eu imediatamente deduzi ad aeternum que tu nunca serias um rapaz, e por isso te chamava no diminutivo, facto que não apreciavas) e brincavamos `as evangelizações mútuas. Tu ganhavas sempre, e incrivelmente, tu falavas muito mesmo muito sobre aquilo que tu gostavas, as tuas opiniões...Só me lembro de ti a falares, a falares muito. Talvez porque eu tivesse sido sempre tão despreendida, ou dado a impressão disso, tu sentias que podias falar. A minha cabeça estava e não estava ali. Como por exemplo, agora, que não estás aqui, não consigo deixar de te ouvir. Tu falavas da " blind mass" mas eu respondia com o carácter revolucionário das massas, sim, iluminadas- e o meu primeiro namorado, lembraste, como gozavas dele, dera-me o Manifesto. Não, nunca nos ouvíamos, mas não havia silêncio, como agora.