Andamos todos ocupados. Eu não sei se a batukada leu a minha última matéria sobre academias de ginástica, casacos de gabardina e reprodutores de mp3. Ela de certo há de querer saber porque, afinal, aderi aos reprodutores de mp3, porque vou para a academia de ginástica: por quê? por quê?
Antes, gostava de saber da batukada, que é nossa amiga consultora da Língua Portuguesa, se há uma tradução apropriada para post. O Angelus arriscou posta. Mas isso, depois pensamos, não é de peixe? Seria talvez postagem? Postagem, eu acredito, é coisa dos correios. Mensagem. E mensagem? Mensagem não requer um recipiente? Quando escrevemos uma mensagem, supomos um endereçado. Já os blogs, estes, escrevem-se como se escreviam os diários - para ninguém ou para uns poucos à sorte. E artigo? O Angelus não gosta de artigo porque a palavra evoca-lhe o execrável jornalismo lusitano. Em PB, sugeri de cá, o termo em voga é matéria. Eu que nada tenho contra os jornalismo - porque nunca leio jornais ou revistas - concordei que matéria era uma palavra boa. Boa, mas sem o aval de nossa senhora mestra consultora da Língua Portuguesa não vamos pra frente.
Enquanto não se resolve essa pendenga lexical, voltemos às academias de ginástica. Na verdade, eu já havia ensaiado qualquer coisa acerca das academias de ginástica em minha última ***. Lá mesmo sugeri que o tema merecia um *** exclusivo.
Eu tenho uma hipótese acerca das academias de ginástica. Acredito que quem as frequenta o faz porque pensa lhe faltar algo. Aquela ali é pequenina; aquele é estúpido. Um outro é feio, duas não têm namorado. A academia servem-lhes para compensar tudo isso. Querem, ao final de três meses, dizer que podem ser estúpidos, mas estão em forma.
Reparem nos tipos que vão à academia de que sou membro. Um olha-se no espelho a cada set, como se os músculos fossem lhe aparecer por milagre. Outra concentra-se, fingindo naturalidade, naquele biceps. Aquele nos biceps daquel'outro. Tem o que apalpa a barriga na esperança de que a gordura sumira depois de quinze abdominais; há obviamente os que lutam disfarçadamente pelas esteiras sempre ocupadas. Homens fazem caretas e gemem; mulheres leem revistas e suam. A música, tum-tum-tum. Conheço um membro saradíssimo que, no intervalo entre um set e outro, vai para o vestiário comer bananas e tomar uma mistura aí muito suspeita. E o cheiro nos vestiários, meus amigos? Bem, há o que se diga do cheiro nos vestiários.
Eu espero, muito francamente, que saiamos satisfeitos e recompensados, se é que há alguma verdade em minha hipótese. Claro está: como toda hipótese, esta precisa ser testada, avaliada e replicada em laboratório. Não sei o que dizem os sociólogos a respeito das academias de ginástica, nem se o Darcy Ribeiro terá escrito alguma dissertação a respeito. Eu não me animo em buscar explicação aos psicólogos, porque esses não entendem de nada. Os gregos entendiam de alguma coisa, sobretudo de músculos e da importância estética que têm. Eu cá para mim tenho a impressão de que os gregos é que são culpados por isso tudo, embora a minha irmã insista que a culpa caia sobre a Jane Fonda e os anos oitenta.
Não sei o que pensará a batukada, nem tenho respostas paras as suas possíveis perguntas. Meu posicionamento em relação a tudo isso é que às vezes há mais vantagem em pôr de volta os fones de ouvido e esquecer a sensatez.
4.27.2008
As Academias de Ginástica
Aut(h)or: Saavedra 1 co(m)ment(ário)s
4.23.2008
iPod
Eu, em geral, não gosto do ambiente das academias de ginástica. Não é tanto pela música, reparem. Nem mesmo pelos adolescentes apavoneados ou pelas agitadas menininhas que vão às unhas por aquela esteira. As músicas são detestáveis, os frequentadores, irritantes, e as academias de ginástica merecem uma matéria à parte. Sim, porque hoje estou mais inclinado para falar dos iPods.
Ora, a minha experiência com esse brinquedinho de luxo que virou necessidade básica de frequentadores de academias de ginástica não é das melhores. Entretanto, não estou sozinho - o que me serve ao menos de consolo. O meu iPod não durou nem um ano. Morreu e foi substituído por um novo, por conta da garantia. Esse morreu também em menos de um ano - mas, alas, a garantia já não cobria o iPod substituto. E, pronto. Eu, como milhares de consumidores all over the world, fiquei bastante frustrado.
Frustrado, sim, porque sou grande fã dos produtos da Apple. Já uso computadores da Apple há bastante tempo e quase nunca me queixava. Exceto pela mesma razão de que agora me queixo do iPod. A Apple faz produtos descartáveis. Isso assim, meus amigos, não dá. Quer dizer, tive dois laptops da Apple. Os dois - ambos - apresentaram falhas graves em menos de dois anos. Isso assim, meus amigos, é terrível. Afinal, os produtos da Apple são caros, caríssimos. Deveriam durar mais.
Agora já não estou bem certo. Depois que o Jobs resolveu aderia aos processadores Intel, o Mac OS X tem se comportado de maneira bem escrota. Ora, até já congela e tudo! Eu não sei, não sei... Estou quase pronto para aderir de vez ao Linux. O futuro, meus amigos, eu vi. O futuro é o Linux, digo-vos já.
Entretanto, voltemos ao iPod. Hoje cruzei a caminho de casa com uma senhora muito senhoril; uma senhora com acento circunflexo no "o". Agarradinho lá na lapela do casaco de gabardina da senhôra, estava um iPod shuffle azul-bebê, à mostra. Mas então o que é isso agora, esse prazer de mostrar um iPod azul bebê grampeado num casaco de gabardina? Eu francamente não entendo. Pouco depois, passada a minha estupefação, fiquei a imaginar o que escutava a senhôra.
O que não sabem os pavões da academia e os casacos de gabardina é que há alternativas muito melhores ao iPod, sobretudo à essa versão minúscula, o shuffle. Outro dia recebi o meu Sansa Clip e estou muito contente com o brinquedo. É minúsculo, bonito, robusto, potente; tem funções que o Shuffle sequer considera; promete o que faz, é durável (de acordo com opiniões que encontrei na internet); sobretudo - e isso é importante -, é bem mais barato que a mais barata das versões do iPod.
Chega um dia que é preciso tirar os fones de ouvido e escutar algo mais sensato.
Aut(h)or: Saavedra 0 co(m)ment(ário)s
4.22.2008
In memoriam Victor Hugo Pt2 - A Ponte
Dentro da categoria dos documentários, poucos há que consigam ser profundos. Quer dizer, um documentário é uma coisa que por definição serve para documentar a natureza humana.
No entanto, hoje em dia há uma certa tendência para fazer documentários sobre tudo e mais alguma coisa. Por exemplo: aquele vídeo sobre um mês de dieta no MacDonald's. É óbvio que não podemos comparar um filme desses a um documentário como a Captura dos Friedmans.
Felizmente a Ponte é uma dessas películas que logram atingir a categoria de documentário profundo. Aqui, tal como na música do Tiago Maia, o veículo de expressão não é a abstracção em absoluto, muito pelo contrário.
Visivelmente, o realizador está menos interessado em mostrar uma qualquer perspectiva pessoal sobre um problema tão abrangente do que em compreender um fenómeno que já todos sabemos ser extremamente complexo e que jamais alguém poderá reduzir a um punhado de frases ou versos. E aquilo que guia o filme, tirando a fluida progressão temática e outros pormenores da edição, é mesmo a tentativa de descobrir algo mais, por menor que seja, sobre aqueles que decidem desaparecer da face da terra.
A Ponte é, assim, um documentário sobre algumas das 24 pessoas que no ano de 2004 se atiraram da Ponte da Porta Dourada, de São Francisco. A Ponte da Porta Dourada, além de ser mundialmente famosa, tem, convenhamos, um dos mais belos nomes que alguém jamais inventou para uma ponte.
Ficamos a conhecer em detalhe sobretudo as vidas de três, o Gene, a Lisa e o Philip, que nos são apresentados e retratados pela família ou pelos amigos. Transparece desses testemunhos sobretudo uma tentativa de exegese do acto, particularmente explícita no caso do Gene, que já não tinha família.
E é de facto meritória a exposição dessas vidas em filme: essas pessoas não ficaram mais pequenas porque se lhes vê a cara e o corpo cadente durante o (in)evitável mergulho. Passaram, pelo contrário, a fazer parte de um esforço de contextualização bem maior.
Todos os rios correm para o mar, já se sabe, e o mar nunca se enche. Assim ao menos passaram pelos nossos olhos e pela nossa cabeça alguns daqueles que decidiram acabar a sua vida prematuramente. Talvez seja uma forma de nós próprios lhe darmos ainda mais valor.
---
Esta é a segunda parte de uma longa série de textos que escreverei em honra da memória do Victor Hugo, que se atirou da Ponte dos Socorridos no Verão de 2006.
REQUIESCAT IN PACE
Aut(h)or: Angelus 0 co(m)ment(ário)s
4.17.2008
A Polidez Britânica
Hoje, andando por calçadas estreitas na Grã Bretanha, deparei-me com um acontecimento curioso. Lá vinha o casal de velhinhos, em passos lerdos, atrapalhando o caminho do jovem lépido e apressado. O jovem tentou driblá-los; não conseguiu. Chamou, entretanto, a atenção do velho, que deu passagem ao jovem lépido. Contente e apressado, o jovem sorriu e agradeceu: "obrigado". Não ouviu depois o comentário do velho: "ora essa, devia ter dito com licença, por favor e perdão!" Assim funciona o sistema de polidez na Grã Bretanha - atenção.
Não é muito raramente que ouço dizer dos brasileiros que somos um povo mal-educado. Não há nada disso no Brasil. Não agradecemos ao motorista de ônibus por fazer o seu trabalho, não pedimos perdão a anônimos nas praças por ter espirrado ou tossido, não pedimos licença a cada velhinho que nos atrapalha o caminho. A coisa assim parece ser meio anárquica, mas funciona. Funciona tão bem que, chegando um incauto em terras onde os pássaros gorjeiam como em nenhuma outra cheio de frescuras, há de ser motivo de piada. Ou de estranheza. Ou de profunda antipatia. Ou de tudo isso junto.
Eu não sei o que dizem os sociólogos a respeito do sistema de polidez no Brasil. Também não me ocorre agora se o Darcy Ribeiro já teceu alguma análise aprofundada sobre o assunto. O certo é que penso ser a prosódia uma grande pista para se entender como nós os brasileiros mostramos cordialidade no trato social. O resto há de ser redundante. E, em matéria de linguagem, somos famosos por detestar a redundância.
Voltando, todavia, aos sociólogos, quero imaginar se não há uma explicação mais complexa para o fenômeno da polidez sucinta (ou da completa fata de polidez, para quem nos vê de fora) do brasileiro comum. Seria mesmo um consciente desapego a convenções, resultado de uma história de lutas por libertação de um velho mundo? Ou seria pura falta de requinte mesmo, característica das classes econômicas menos privilegiadas?
Eu não sei ao certo. O certo é que estou mas para que se fodam todos esses velhinhos britânicos, presos a um sistema de regras ditadas por uma hierarquia estúpida, que andam a passos de tartarugas em calçadas estreitas por onde caminham jovens lépidos e apressados.
Aut(h)or: Saavedra 3 co(m)ment(ário)s
4.11.2008
Praia do Larano - Madeira's Most Dangerous Levadas and Mountain Walks Pt2
By popular demand, here is a feature on the infamous Praia do Larano, known by local people as Praia das Areias. Here's the location:
I wasn't so sure about including it in this perverted guide, because I really don't consider it a 'dangerous mountain walk', but then some people have sworn me it's as dangerous as can be, and the popular demand has been so overwhelming that I decided to write about it.
And hey, it is by far the most interesting and most beautiful beach inside Madeira island, so there's one good reason for writing about it.
Surprisingly, you won't find it mentioned in any of Portugal beach guides, like [1]. It's understandable: who's willing to bear 2 (to 4) hours of very tiresome walking just to get to a beach? Might as well go to Lido and perhaps enjoy the views of two or three blonde foreigner girls doing topless. It'll save you plenty in gas and hooker money.
Now to the hardcore wild black sand beach lover I'll be leaving some instructions. Before you go, one important thing you should check (aside from getting a towel, a big bottle of water and sunscreen into your bag) is the sea level times. This is a walk you are advised to take when the tide is low. This is an important safety instruction. You can check the sea level maxima timings by grabbing yourself a copy of the free Jornal da Madeira. Look for the tide information box and then check out the G and I columns:
These columns indicate the precise time in the morning and afternoon when the tide is at its lowest. You should preferably leave Funchal 2 to 3 hours before that time.
Head to Porto Cruz using Via Rápida, oficially known as Via Expresso. Coming from Funchal, you will have to take the first exit in Porto Cruz which is just beside a Galp station. This is a tricky exit, so you must drive slow as soon as you leave the tunnel and start seeing the Galp station in a slight descent.
The exit will take you to a very narrow road and you will find a bifurcation 50 metres ahead. Take the road left, which will lead to an entrancing descent. After taking this merry-go-round in the form of a road through its entirety (i.e. to its bottom), you will see two leads to the right. One is a very steep climb and the other is plain. You take the very steep climbing road, unless you decide you might as well give up, and settle for the already amazing partial black sand beach of Maiata de Baixo.
Some two or three minutes after taking the steep road up, you will find a recent asphalt lead to the left. Take that one, and beware that you only drive for 15 seconds in it, as you will have to start climbing again in the non-asphalt road to your right which is just next. Climb as much as you can with the car and park it wherever you can inside that road.
Now you will follow the little hiking trail which goes up, and this will take you to an iron balcony painted green. That's where the fun starts. Enjoy the vista there:
You will see some inviting ladder going down from that point, so that's your departure.
Afterwards it is really easy: just follow the hiking trail downwards.
It will take you to a recently renewed (and un-vandalized) wine tank. You will proceed further down the trail, and you will soon afterwards get to the stone beach. You have to take the right.
Personally I wouldn't venture to swim on the waters of Larano Stone Beach, but it's up to you:
You will keep walking on this stone beach for about 10-20 minutes, until you enter the tricky part of the path. That's the part where you have to proceed using mostly the inner (or upper) edge of the beach, so you distance yourself a bit from the shore. Soft climbing will be needed at some of the points, but the hardest you will ever find is this little stretch:
After it you will actually find the most demanding part of the whole thing, which is a very steep climb. You might want to take a good breath before going for it:
On surmounting it you catch the very first glimpse of your destination. Then you have to go down in the same steep manner. After that you meet your first tiny bit of black sand of the area:
Don't leave your towel there! You have to keep going, and you'll do again a little bit of climbing. Beware if you decide to walk over the watery stones. They are extremely slippery. Take my word for it.
So finally you will encounter the great black mass of sand:
Amazing! Just look at your left:
Your right:
Look all sides for God sake! There's even a beautiful stone in the middle:
You can go for a dive there. The sea is not very dangerous unless there's a storm going on or unless you swim away from the shore. There the undertow can be quite strong.
Otherwise you're good. It's actually a very strong sensation to be in the water contemplating the massive mountains surrounding you:
There's also a cave you can explore further to the right:
This is actually a nice beach for the nudist in you. Probably one of the very few public ones inside Madeira. The maximum amount of people I have ever encountered there on my way in was zero.
So the only way people can spot you is by boat (extremely unlikely) or by using some binoculars all the way up from Levada do Larano:
Okay, so enjoy it as much as you can but remember you should not stay more than one hour after the sea level minimum is reached (G and I column tide timings of Jornal da Madeira). So take one last good look at the sheer beauty of it, and then prepare yourself for the way back.
You should not come after dark unless it is full moon night.
REFERENCE
[1] Lobo, C. e P. Chitas (eds.) (2002) Guia de Praias Visão. Lisbon: ACJ.
DISCLAIMER
You are advised not to take these walks. Don't be stupid, these walks present real life threat, and have resulted in past deaths. You may fall down or you may get lost. Experience them at your own risk. The author assumes no responsibility whatsoever for any injury or loss if you decide to go for one of these.
For policy issues, you're referred you to the interview granted by Rocha da Silva on these matters.
For safety instructions, including some commercially convenient advice like «always be in company of a qualified guide» (oh boy, would I rather take one of these in company of a nice female guide, he he!), you're referred to Blog Thoughts Madeira Safety Precautions list.
Aut(h)or: Angelus 1 co(m)ment(ário)s
4.07.2008
In memoriam Victor Hugo Pt1 - a brief interpretation of the song 'Foi-se Embora' by Tiago Maia as played in the André Fernandes' Quartet
This is a song released in André Fernandes' latest album, and one which I've seen rendered live quite a few times.
One can interpret the lyrics of Foi-se Embora as an account of suicide. This is a frequent subject in pop-rock and alternative music lyrics. Another recent song about the suicide of a friend that I know of is Arcana 1996's Song of Mourning. The thing with Arcana is that they seem to take more of a Catholic approach to suicide, and so the chorus goes something like 'is it really the solution / to all our problems?'.
There are several hints that Jacob's song is an account of suicide in verses like 'para lá de tudo' or 'ninguém pode ir / para onde ele foi' (these I didn't actually find recorded, and are probable artifacts of my subsequent interpretation).
But then one can always ask: is suicide really the solution? A way of solving the puzzle?
One sure way of trying to solve problems in life is by trying to strip all things down. That's probably the hardest thing one ought to do: analyse things, reduce them... or rather expand them to the core.
So Jacob Maia conceived this very simple song with a basic 4/4 beat and plain simple harmonics. It is construed Nirvana style: as bare-bone as can be (it is interesting to hear it played by such advanced players - something which we have already witnessed in projects of André Fernandes like Spill, including In Bloom presented with the voice of Marta Hugon).
It has a kinda chorus, like Nirvana songs have, so you can easily sing and remember it out. It even has a beatiful simple hook you can hum to.
So this is probably the best way to get people thinking about the problem: present things as straight as they are. Things are objects. Life can be an object you can object to, but it is the object of yourself. Of course this last period is only pseudo-philosophical bullshit, so I'd better get things going, and start talking again of real things.
There is a kind of peace emanating from Maia's song. This is a peace you can identify with people who have suffered so much through life that you think they're really better off with the angels. And yes, there's the famous quote presented in Morthound's Spindrift which goes like:
If you've made your peace
Then the Devils are really angels
Freeing you from the Earth
This is a quote taken from an interesting film by Adrian Lyne called Jacob's Ladder which most people seem unable to grasp, including meself. Obviously it was not borne out of the mind of Bruce Joel Rubin, the script writer, but it is a nice quotation of Master Eckhart.
So the last question today is whether suicidal people have made their peace. Catholic accounts say they do not. It is sin.
Is suicide an accomplishment or is it just an escape, like the escapes you have in Levada dos Balcões in case it just gets unbearable?
Well, I don't know. The only thing I know is that I miss my good friend. And I recollect in grievance some moments we had such as the first time we did Levada dos Balcões together: how unbearable it was on the way in and how we achieved that feeling of resolve on the way back. I sure wish we would pass that way again.
---
This is the first part of a long series of texts in which I pay tribute to the memory of Victor Hugo, who has decided to depart from us on the summer of 2006.
REQUIESCAT IN PACE
---
E um dia
Foi-se embora, foi
Para muito longe, ele foi e foi
Para não voltar, ele foi e foi
Ninguém o viu, foi como foi
Quando partiu
Ninguém esperava
Não se esperava
Que fosse assim
Foi, ele partiu
Ninguém esperava
Nada o esperava
Foi-se e ninguém o viu
[humming]
Para lá de tudo
Foi e foi
Sem nunca olhar para trás
Ele foi
Seguiu [o] caminho, foi para onde foi
Para outro lado, ele foi e foi
Quando partiu
Ninguém esperava
Não se esperava
Que fosse assim
Foi, ele partiu
Ninguém esperava
Nada o esperava
Foi-se e ninguém o viu
E um dia
Foi-se embora, foi
Para muito longe, ele foi e foi
Para não voltar, ele foi e foi
Ninguém o viu, foi como foi
[solo: Fernandes 2:26-3:33]
E um dia
Foi-se embora, foi
Para muito longe, ele foi e foi
Para não voltar, ele foi e foi
Ninguém o viu, foi como foi
[humming]
Aut(h)or: Angelus 0 co(m)ment(ário)s
4.01.2008
Lies Z Truth
I recall Saavedra once had this brilliant idea à propos de la prosodie on April's Fool.
Yes, by now you should have a pretty good idea of how much we care about prosody. The problem with the stuff we do is that it is so binary that you may actually never know whether it's lies or truth. Anyway, most people teach lies as truth, so what?
It's not a problem, it's more of a challenge, and everyone has to be engaged in it in order to manage human communication in everyday life.
And if you think you can't be bothered with such trivialities, then perhaps you should consider suicide. Some have argued that suicide is mostly a problem deriving from human communication (or lack thereof), so there's a hint.
I for one will try to help Saavedra if he ever decides to resume his insightful prospect. Disentangling the trigo do joio has never been an easy task.
Aut(h)or: Angelus 0 co(m)ment(ário)s